sexta-feira, 14 de maio de 2010

Driver's license

Ontem decidi ir fazer o exame de código para obter o G1 e ficar habilitado a conduzir. Ainda não temos carro e por isso não houve necessidade de o tentar obter mais cedo. Mas agora que a tradução da carta portuguesa estava feita, era só a questão de passar no exame de código para ficar despachado do G1.

Aqui a obtenção da carta de condução é feita por níveis. Para estarmos totalmente habilitados a conduzir ( G license ) temos de passar várias fases e vários exames. A primeira fase é fazer o exame de código que uma vez obtido ficamos habilitados a conduzir a categoria G1. Para obtermos a categoria G2 temos de passar o exame de condução básico e para obtermos a categoria G temos de passar o exame de condução avançado que inclui condução na auto-estrada. Entre as várias categorias temos obrigatoriamente de esperar um periodo de um ano. Isto é assim porque se pretende que os novos condutores vão tendo uma aprendizagem gradual da condução. No entanto, se nós apresentar-mos a nossa carta de condução do país de origem podemos saltar o periodo de espera entre o G1 e G2 pois experiencia é coisa que já temos. Para não termos de esperar o periodo entre o G2 e o G podemos apresentar uma carta de autenticidade do nosso país de origem passada pela embaixada ou pela entidade reguladora ( IMTT no nosso caso ) em como possuimos carta de condução desde o ano X. Com isso podemos saltar directamente do G1 para o G fazendo só um exame de condução e sem termos de esperar tempo algum. Pelo menos "na teoria" como me respondeu a senhora.

Mas voltando ao exame de código...

Aqui não é como em portugal em que entramos uns 20 ou 30 assustados e temos tempo limite para fazer o teste até entrar depois outro grupo. Aqui as pessoas chegam lá, entregam o papel do registo e ficam à espera de serem chamadas. Em vez de irmos em grupos é individualmente, assim como individualmente as pessoas vão saindo à medida que acabam o exame.

Esperei pouco tempo até me chamarem. Dirigi-me ao balcão e a senhora entregou-me o teste.

Perguntei quanto tempo tinha para fazer e a mulher respondeu-me "Até às 5h". Olhei para o relógio e vi o ponteiro dos minutos sobre o 8. "20 minutos então" pensei eu

O engraçado desta situação toda é que só me apercebi da minha parvoice à hora de jantar...

Eu sabia que tinha saído de casa depois de almoço e que ainda faltava muito tempo para a Sara sair do trabalho às 5h, mas quando olhei para o relógio naquela sala pequena e cheia de pessoas, pensei que se o ponteiro grande estava nos 8 e a mulher disse até às 5... então tinha 20 minutos para fazer o exame.

Resumindo, respondi a 40 perguntas em 20 minutos ao ritmo de 30 segundos por pergunta... E nem tempo tive para rever. Entreguei o teste em cima das "5h" e lá me fui sentar à espera do resultado.

Nem reparei nas pessoas que tinham começado a fazer o exame aproximadamente à mesma hora que eu, e que ainda lá estavam sentadas como se o tempo não tivesse importância. As regras de trânsito deviam estar a ocupar-me a memória de tal maneira que não houve meio de ver que o relógio afinal indicava 3 da tarde.

Enquanto esperava ia olhando para as pessoas que eram chamadas para ouvir os resultados. Uns saltavam de alegria, outros mostravam-se tão indiferentes que nem dava para saber se foram ou não aprovados, outros chateados consigo mesmos nem queriam rever o exame

Enfim, passado 5 minutos a mulher lá me chamou e deu-me a carta temporária. 38 perguntas certas, 2 erradas; uma em cada parte... "nada mau" pensei eu "para quem fez o teste em 20min"....

Agora olhando para trás eu penso... Com a hipótese de fazer o exame em tempo quase inesgotável, com a hipótese de falhar em 4 de 20 perguntas em cada parte, com a hipótese de fazer o exame em dezenas de línguas, como é que existe uma percentagem de 45% de aprovados?

Bem agora podia dizer que era todo um mundo novo de descoberta.. mas infelizmente ainda não é.. falta-nos um carro...

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